Denilson Baniwa - arte e ilustração
Raissa Laban - storyboard e animação
André Gardel - direção e edição
Vitor Silveira - fotografia e edição
Músicos:
André Gardel - voz
Cristina Deane - backing vocal
Ricardo Calafate - guitarra
Afonso Marins - baixo
Cláudio Mendes - teclados
Élcio Cáfaro - bateria
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Poeta xamã (André Gardel/ Gabriel Moura/ Maurício Baia)
O pai da poesia no Brasil é o xamã
A mãe é a majé, homem e mulher
Que ensinaram pra humanidade na manhã
Da vida na floresta o que é
O sonho que alarga a realidade
E muda o dia a dia da política
Que inclui o sol a lua a tempestade
Gente bicho numa mesma mítica
Antes de Drummond, Cabral, Bandeira
Ele já fazia poesia de primeira
Cantava, dançava, curava na paz
Isso antes do Brasil ser Brasil lá atrás
Antes de Gil, Caetano, Chico, Torquato
O pajé poetizava o fato
Na língua universal do artefato
O pé na terra no céu do barato
O pai da poesia no Brasil é o xamã
A mãe é a majé, homem e mulher
Que ensinaram pra humanidade na manhã
Da vida na floresta o que é
Quem começou a poesia por aqui
Não foi europeu nem americano
Nem vampiro, lobisomem ou zumbi
Foi o xamã, velho homem humano
Poeta do Brasil profundo, origem
Dos sonhos que correm em nossas veias
O futuro abraçará na vertigem
Sua alta ciência de tecer teias
Antes de Gil, Caetano, Chico, Torquato
O pajé poetizava o fato
Na língua universal do artefato
O pé na terra no céu do barato
O pai da poesia no Brasil é o xamã...
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"Poeta xamã é uma música que une as duas pontas da busca das raízes profundas da música popular. Por um lado, a melodia e o arranjo de Poeta xamã bebem na fonte do autêntico Reggae, gênero jamaicano já devidamente espalhado e reconcebido como expressão musical pelo mundo afora, e também no Brasil, com uma histórica escola de grupos e cantores que absorveram muito bem as lições dos mestres do movimento Rastafári. Por outro, coloca em evidência, por meio da letra, que a figura do Xamã/ Pajé - artista, curandeiro, diplomata cósmico, com livre trânsito entre os planos de experiência do sonho e da vigília - precisa ser inserida, com urgência, no time de poetas brasileiros da canção e da literatura.
Daí a letra de Poeta xamã afirmar: "Antes de Drummond, Cabral, Bandeira/ Ele já fazia poesia de primeira/ Cantava, dançava, curava na paz/ Isso antes do Brasil ser o Brasil, lá atrás", ou, então, "Antes de Gil, Caetano, Chico, Torquato/ O pajé poetizava o fato." Proposta que implica em uma busca de diálogo, troca e compreensão mais ampla e sem preconceito entre os povos da floresta, com sua tradição de mais de 15 mil anos nas Américas, e o que chamamos de mundo Ocidental, com suas instituições consagradas, como a música popular e a poesia livresca."

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